A Esgrima é das modalidades olímpicas com menor taxa de ocorrência de lesões. A segurança é assegurada por procedimentos rigorosos durante a prática e equipamento de protecção sofisticado e largamente testado 

Fonte: Academy of Fencing Masters

Ao contrário do que se possa pensar quando associada a um desporto de combate que tem como base a utilização de “armas brancas” para atingir o adversário de forma a pontuar, a Esgrima é uma modalidade extremamente segura onde o contacto físico é reduzido e cujas regras de segurança são o garante de uma prática sem qualquer tipo de risco, independentemente da idade. 

De acordo com um estudo realizado em 2012 pela Universidade de Oslo, a Esgrima tem uma taxa de ocorrência de lesões consideravelmente baixa, quando comparada com outras modalidades. Tendo por base o número de lesões ocorridas durante os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, o estudo revela que a esgrima obteve uma taxa de ocorrência de lesões de 2,5 por cento, encontrando-se, juntamente com a Canoagem, a Vela, a Natação Sincronizada, os Saltos para a Água e o Remo, entre as seis modalidades mais seguras. Segundo a mesma análise, a Esgrima é inclusivamente enquadrada como sendo mais segura, quando comparada com modalidades como o Ténis de Mesa, a Natação e o Badminton.

Para referência, de acordo com o mesmo estudo, a modalidade olímpica que registou a maior taxa de ocorrência de lesões durante o evento foi o futebol, onde 32 por cento dos atletas acabaram lesionados

De frisar também que qualquer uma das lâminas das três armas da esgrima não é cortante, nem possui uma ponta afiada. No seu lugar, as pontas das espadas, floretes e sabres são rombas. Além disso, a maioria das salas de armas disponibiliza equipamento desenhado exclusivamente para crianças, que inclui armas e máscaras de plástico ou de tamanho reduzido. Na verdade, mesmo nas (raras) vezes em que se verificam toques ou acções mais vigorosas, o resultado passa normalmente apenas por uma sensação de pressão localizada, até porque o impacto dos toques é absorvido pela flexibilidade das lâminas, que cedem sempre que existe contacto.

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Garantias adicionais

Além disso, a prática da Esgrima exige, não só o cumprimento de procedimentos de segurança rigorosos e transmitidos desde o primeiro dia de prática, mas também a utilização de equipamento de protecção sofisticado e largamente testado, que oferece todas as garantias necessárias. Durante a prática, quer em treino, quer em competição, os esgrimistas são obrigados a usar uma máscara para protecção dos olhos, do rosto e pescoço e vestuário dedicado, como calças, casaco (gilet), luva, meias altas e protecção interior rígida.

Para além de todo o corpo estar coberto por equipamento distribuído em várias camadas, importa frisar que, o próprio material que compõe o vestuário que os praticantes têm de usar, inclui Kevlar, uma fibra sintética extremamente resistente usada habitualmente em coletes à prova de bala. O objectivo aqui passa por garantir que, mesmo perante um impacto vigoroso ou perante uma ação entretanto lançada após uma das lâminas dos esgrimistas se partir, seja impossível perfurar o equipamento.

A verdade é que, entre as lesões mais comuns associadas à prática da esgrima, estão situações inerentes à prática de qualquer modalidade ou actividade física, tais como entorses, hematomas e estiramentos musculares. Todas elas passivas de ser facilmente prevenidas e tratadas, caso não sejam descuradas medidas como a manutenção constante de bons níveis de hidratação e a realização de um bom aquecimento.   

De vincar ainda que, antes e durante a realização de competições, o equipamento de todos os atletas é rigorosamente inspeccionado, de forma a assegurar que não existem riscos para os atletas. O equipamento que não estiver em condições, de acordo com a tipologia e parâmetros estabelecidos pela Federação Internacional de Esgrima (FIE) será rejeitado à partida e não poderá ser utilizado pelos esgrimistas.