Comunicado de Imprensa 

Numa altura em que a pandemia de COVID-19 está a impactar o desporto de uma forma muito violenta, obrigando ao adiamento (ou mesmo ao cancelamento) de inúmeras iniciativas, a Federação Portuguesa de Esgrima (FPE) resolveu transformar a crise numa oportunidade para preparar o futuro. Nesse sentido, reforçou a sua equipa técnica com José Carlos Manaças, antigo Diretor Técnico Nacional das federações de Ginástica e Patinagem, chefe da divisão de Desporto da Câmara Municipal de Lisboa e, mais recentemente, Diretor Desportivo do Ginásio Clube Português.

“Face a todas as dificuldades que o novo coronavírus significou para o Desporto Nacional, tínhamos dois caminhos a seguir: ou cruzávamos os braços e esperávamos que a situação melhorasse, correndo o risco de perder demasiado tempo, ou aproveitávamos a paragem para repensar o futuro e estabelecer novos caminhos. Optámos por apostar nesta última solução e foi nesse sentido que convidámos o Professor José Carlos Manaças para se juntar a nós”, explicou o presidente da FPE, Frederico Valarinho.

A aposta em profissionais exteriores à família da esgrima não é inédita na modalidade e já permitiu, no passado, resultados muito positivos. Os dois melhores exemplos dessa estratégia foram João Paulino e António Areia, dois homens ligados ao andebol que se revelaram cruciais para o crescimento da esgrima na década de 90 do século passado e nos primeiros anos do século XXI. 

“Temos a certeza de que, tal como sucedeu com os professores Paulino e Areia, também José Carlos Manaças nos trará uma nova visão e estratégias inovadoras. Não podemos perpetuar o erro de nos fecharmos sobre nós próprios e de achar que a esgrima é uma modalidade tão diferente das outras que só os esgrimistas podem entendê-la. Enquanto Diretor Desportivo do Ginásio Clube Português, José Carlos Manaças, mesmo sem ser um esgrimista, manteve sempre connosco uma relação de grande proximidade e apresentou sugestões que, agora, pode ajudar a implementar”, acrescentou Valarinho.

Para alguns, o facto de esta aposta ser feita a menos de um ano de concluir o seu derradeiro mandato à frente da Federação Portuguesa de Esgrima pode parecer estranho, mas o presidente justifica-o.

“Achei que, embora a pouco tempo de abandonar o cargo, não faria sentido limitar-me a uma gestão de expediente, deixando o tempo passar. A esgrima não pode parar pelo facto de ir mudar de presidente! E se a paragem obrigatória a que fomos forçados pela pandemia nos dá tempo para pensar e para redefinir estratégias, então ‘não vamos desperdiçar uma boa crise’, como afirmou Churchill, mas antes deixar uma boa base de trabalho para quem vier a seguir”.

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