Realizou-se no passado dia 10 de Maio, nas Caves Manuelinas do Museu Militar de Lisboa, o jantar de gala comemorativo do Centenário da Federação Portuguesa de Esgrima, que contou com a presença de uma centena de pessoas (uma por cada ano de vida), entre as quais o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, o Presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Paulo Frischknecht e o Vice-Presidente do Comité Olímpico de Portugal, Artur Lopes.

Foi no dia 10 de Maio de 1922 que um grupo de esgrimistas, em representação de oito clubes, se reuniu em Lisboa para discutir a criação da Federação Portuguesa de Esgrima, seguindo o exemplo de quatro outras federações anteriormente criadas – Ciclismo, em 1899, Natação, em 1906, Futebol, em 1914, e Atletismo, em 1921. Essa iniciativa fazia todo o sentido, uma vez que a esgrima portuguesa já tinha participado nos processos de fundação do Comité Olímpico de Portugal, em 1912, e da Federação Internacional de Esgrima, em 1913. Além disso, através da união de vários clubes, tinha sido já organizado em 1908 o Campeonato Nacional de Espada, representando o primeiro Campeonato Nacional do desporto português.

A ideia avançou e, em poucos meses, foi oficializada a Federação Portuguesa de Esgrima, imediatamente reconhecida pelo governo e filiada de pleno direito na Federação Internacional de Esgrima.

Todos juntos

Volvidos 100 anos, a FPE e os esgrimistas têm todos os motivos para estar orgulhosos. A esgrima é um exemplo de valores e princípios, está espalhada por todo o País e tem praticantes de todas as idades. Como afirmou o Presidente da Federação, Clauso Neves, no seu discurso, ” A esgrima portuguesa não é uma federação. Não é um título, nem uma medalha. Não é um atleta de excelência, nem um treinador de elevado nível. Não é, sequer, uma grande competição internacional por todos elogiada. A esgrima portuguesa somos todos nós”. É verdade que, ao longo deste século, a esgrima portuguesa teve atletas de enorme qualidade e conquistou medalhas em todas as mais importantes competições da modalidade. Mas o seu real valor advém da paixão que os seus praticantes por ela nutrem.

E foi exatamente para premiar essa paixão que, na celebração do Centenário, a FPE entendeu distinguir algumas personalidades que ganharam o lugar na sua história. Como o quarteto que conquistou o título de florete masculino por equipas no Campeonato da Europa de 2000, composto por João Gomes, Hugo Miranda, Álvaro Monteiro e Marco Gonçalves. Ou como os atletas olímpicos Joaquim Chito Rodrigues, Hélder Reis, João Marquilhas, Roberto Durão, José Bandeira, José Guimarães, Luís Moreira da Silva, Óscar Pinto, Rui Frazão, Nuno Frazão, João Gomes, Joaquim Videira e Débora Nogueira. Ou como os técnicos Istvan Slovensky, Raúl Cabral, Francisco Batista, Eduardo Pereira e Hélder Alves.

Alvo de distinção nesta festa foram, ainda, os antigos Presidentes federativos Maria Emília Azinhais, Chito Rodrigues, Florindo Morais e José Valarinho.