Carolina Oliveira, Robert Moore, Catarina Madeira, João Cordeiro e José Pedro Godinho estão de partida para a capital espanhola com vista a participar na prova de apuramento olímpico da zona europeia

Finalizada a fase regular de apuramento para o Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 sem atletas portugueses posicionados em lugares de qualificação do Ranking Mundial, chegou o momento de serem disputadas as vagas disponíveis às três armas na zona europeia. Em Madrid, cidade escolhida para acolher a Prova Zonal de Apuramento Olímpico nos dias 24 e 25 de Abril de 2021, Portugal estará representado por cinco atletas.

Para o Diretor Técnico Nacional da Federação Portuguesa de Esgrima (FPE), Miguel Machado, apesar das dificuldades que a covid-19 tem vindo a colocar nos últimos tempos, os esgrimistas irão lutar com todas as suas forças pelas últimas vagas disponíveis para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

“Nestes tempos tão difíceis, os atletas que irão disputar a Prova Zonal de Apuramento Olímpico terão, não só pela frente um vírus, como a tarefa mais difícil de enfrentar a última vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Os nossos heróis irão lutar, com certeza, com todas as forças para conquistar essa vaga e todos estarão a puxar por eles”, aponta.

Desta feita, no dia 24 de abril, Catarina Madeira (Espada Feminina), Robert Moore (Florete Masculino) e José Pedro Godinho (Sabre Masculino) estarão a competir em Madrid com o objectivo de carimbarem a sua qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

No dia seguinte, a 25 de abril, será a vez de Carolina Oliveira (Florete Feminino) e João Cordeiro (Espada Masculina) disputarem a qualificação Olímpica em Madrid.

Recorde-se que para alcançar a qualificação, os atletas portugueses terão de alcançar a 1ª posição das respectivas competições.

As competições, que integram um atleta por país europeu não qualificado para os Jogos Olímpicos, terão início pelas 9 horas (horário local). 

Poderá acompanhar tudo, em direto, em Fencing European Olympic Qualification Tournament

Fique a conhecer os esgrimistas portugueses selecionados para disputar a qualificação olímpica em Madrid:

 

Florete

Carolina Oliveira

A floretista da Escola Desportiva de Viana (EDV) garante que vai “fazer tudo” o que estiver ao seu alcance para receber um dos últimos lugares para os Jogos Olímpicos de Tóquio, já que apenas a vencedora da prova de apuramento será presenteada com um bilhete para participar no evento. Apesar de não ter dúvidas de que a pandemia trouxe grandes constrangimentos à sua preparação, Carolina Oliveira considera que “todos os países depararam-se mais ou menos com os mesmos problemas” e que, pessoalmente, tem feito “o possível e o impossível” para preparar da melhor forma a competição que terá lugar em Madrid.

“Uma qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio seria incrível. Seria uma recompensa por todo o trabalho e sacrifício que foi feito ao longo destes anos todos. Mas a cima de tudo seria, de certa forma, um agradecimento a todas as pessoas que um dia acreditaram em mim e no meu potencial enquanto atleta”, aponta.

Robert Moore

O floretista da Academia de Esgrima João Gomes (AEJG) promete que irá “deixar tudo em pista” durante a Prova de Qualificação Olímpica de Madrid. A preparação, conta Robert Moore, foi atribulada, com “muitas paragens e recomeços”, mas afirma sentir-se “em boa forma”, por ter tido a oportunidade de, ainda assim, “treinar com esgrimistas de nível elevado”.

“Uma qualificação para Tóquio significaria um sonho tornado realidade e o culminar de uma vida vivida com o florete na mão. Seria uma honra para mim, e agradeço, desde já, aos meus treinadores, aos meus pais, família e amigos que me apoiam sempre.

 

 

Espada

Catarina Madeira

A espadista da Academia de Esgrima João Gomes (AEJG) considera que o principal objectivo passa por “dar o seu melhor e absorver toda a experiência”, num evento que espera que seja “altamente competitivo e desafiante”. Catarina Madeira aponta ainda que, dado o contexto inerente à pandemia de covid-19, todos “foram forçados a adaptar-se às circunstâncias”, tendo havido todo o apoio necessário por parte do seu clube e treinador, para que a preparação fosse “a melhor possível”.

“Uma qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio seria a concretização do sonho de estar numa prova onde só vão os melhores do mundo e de pisar o maior palco do desporto”, partilhou Catarina Madeira.

João Cordeiro

Atirador do Clube Atlântico de Esgrima (CAE), o espadista lembra que a Prova de Qualificação Olímpica é uma competição com “características muito especiais” e cujo objectivo, “dificílimo e sem margem de erro”, passa apenas por ganhar. Contudo, João Cordeiro considera que “tudo é possível”. “É um objetivo dificílimo, sem qualquer margem de erro, e não somos favoritos. Mas a Esgrima já nos ensinou há muito que, de facto, tudo é possível e, no meu caso particular, conheço bem a maioria dos atletas presentes e já tive várias oportunidades de os defrontar e, inclusive, vencer”, partilha. Sobre os constrangimentos colocados pela pandemia, não esconde que “falta algum ritmo competitivo”, dado que apenas foi possível disputar uma única competição, mas que esse é um desafio sentido a nível mundial. Por isso mesmo, considera que “o trabalho está feito” e que chegou a altura de “desfrutar do momento e lutar por cada toque”.

“A qualificação seria um cumprimento de um objetivo de vida. É o sonho de qualquer atleta de alto rendimento e eu ainda não o atingi, pelo que teria, de facto, uma grande relevância para mim. Se quisermos, seria a grande cereja no topo do bolo que tem sido a minha carreira internacional”, sublinha.

Sabre

José Pedro Godinho

O sabrista do Ginásio Clube Português (GCP) considera estar ciente das dificuldades que vai encontrar, sobretudo por não ter amealhados pontos no Ranking Mundial, mas que essa premissa não o irá impedir de “representar Portugal o melhor que conseguir”, mantendo o seu jogo “ao mais alto nível” e batendo-se com os adversários “de igual para igual”. Prometendo “deixar tudo dentro de pista”, José Pedro Godinho lembra que a pandemia e a falta de competições “alterou muitos hábitos de treino” provocando, sobretudo, consequências ao nível do ritmo de jogo, mas que utilizou “os recursos que tinha disponíveis” para se preparar o “melhor possível”.

“A qualificação para os Jogos Olímpicos é o ‘sonho’ de qualquer atleta de esgrima, incluindo o meu. Esta qualificação significaria uma consolidação de todos os conhecimentos adquiridos ao longo de mais de 10 anos de aprendizagem, todo o trabalho dos vários treinadores que me ajudaram a alcançar este patamar e toda a ajuda dos meus colegas de treino. Nos vários testemunhos que tenho de atletas que conseguiram este apuramento, dizem-me que é uma mistura de sentimentos difíceis de explicar. Vou lutar para poder explicar esses sentimentos em primeira mão”.